segunda-feira, 28 de março de 2016

#descobrindo: Viagem à ilha do Maio - último dia! (e Páscoa)

Eu e a Sofia Lima somos do Norte, por isso a Páscoa festeja-se mais ou menos da mesma maneira. A Sofia Pereira nasceu na Madeira e vive em Lisboa e a Páscoa já é um bocado mais diferente da nossa. 
Por sermos as duas do Norte, sentimos logo falta dos sininhos da cruz logo pela manhã. Sentimos falta de muita coisa. Nós estamos na praia, no calor, mas viver a Páscoa com a família era muito mais importante. Preferíamos ir a Portugal festejar a Páscoa e voltar outra vez para o nosso ninho de Cabo Verde. 
Este mini-abalo passou quando fomos para a praia das Salinas aproveitar a manhã. O mar estava uma maravilha! Quando dizem que a água é ótima aqui não estão mesmo a mentir! Conseguia estar na água durante tempos infinitos!
Sabem o que é meeeesmo bom? Abrir os olhos debaixo da água! Mesmo sem óculos próprios, consegue ver-se tuuuudo! 
Arranjamos um amigo na Ilha do Maio, como não podia faltar! Aqui os cães são tratados muito bem!


Ficamos na praia até as 13h. Almoçamos e fomos buscar as nossas coisas à residência. O nosso barco é às 17h mas ainda queríamos ir ver a extensa salina natural que fica entre a principal localidade (onde estávamos hospedadas) e o aeródromo
O sal extraído das salinas da ilha era enviado para Santiago que depois o exportava para a Europa, África e Brasil. Durante todo o séc. XVII, uma média de 80 navios anuais ingleses ancoravam na ilha de Maio, carregavam cerca de 200 toneladas de sal e partiam para a pesca do bacalhau noutras paragens.





Claro que tive de ir enterrar o pézinho no meio do sal e sentir como era! 


Às 16h fomos para o porto porque queríamos ficar sentadas. Era um ferry boat. Mas era pequeno para tanta gente! Eram pessoas, eram cães, eram cabritas que nunca mais acabavam.. era tudo naquele barco!
Foram 3 horas de viagem longas! Íamos sentadas mas desconfortáveis porque não dava para dormir! 
Pensava que ia ver baleias (estamos na altura delas), mas o único animal que vi foram peixes voadores! Pensava que eles não existiam porque nunca tinha visto um, mas eles existem mesmo! 
O barco andava tão devagarinho que às vezes parecia que nem saía do sítio. Era tanta gente, tanta gente que notava-se pelas ondas que o mar fazia, que o barco estava mesmo pesado!

Partimos às 17h e chegamos a Praia às 20h.

Quanto a vocês, espero que tenham tido uma Páscoa feliz!

#descobrindo: Viagem à ilha do Maio - 2º dia!

Hoje vamos fazer uma roadtrip!! A ilha é pequena, pode-se dar a volta à ilha num só dia! E foi isso que nós fizemos. Como nos disseram que há praias desertas e ainda mais bonitas, alugamos um taxista e pedimos para ele nos mostrar as praias mais bonitas da ilha. Pagamos 2000$, cerca de 18€, cada uma. Mas valeu bem a pena!
Aiiinda beeem que pedimos para incluírem o pequeno-almoço porque...vieram servi-lo a casa! Sim, só tivemos que acordar e ir para a mesa! Uma empregada foi lá deixar a mesa bonitinha, com tudo aquilo que tínhamos direito!


Depois do belo do pequeno-almoço, descemos porque o taxista já estava à nossa espera. 
Mostro-vos um mapa da Ilha para verem que há uma imensidão de praias, e para verem também quais as praias que eu vou visitar. 
Nós estamos situadas na Vila do Maio. 
 

Fomos primeiro ao PickPay, um mini mercado. Tínhamos de ter comida para o dia todo! 
E deparámo-nos com esta casa! Eu nunca vi taaaanto benfiquista! Acho que há mais benfiquistas em Cabo Verde do que em Lisboa! (não digo Portugal porque ia ser ridículo dada a pequena população de Cabo Verde).


Depois de comprarmos todos os mantimentos para o dia, lá seguimos viagem! 
Todo o caminho é feito desta maneira. Só se vê terra. Faz lembrar mesmo um deserto. 


A primeira praia que nós visitamos foi a Praia do Morro. Simplesmente indescritível! Uma praia com areia branca e umas águas transparentes e de vários azuis!



Ainda nesta praia, o taxista levou-nos a um complexo turístico abandonado e completamente destruído. Foi abandonado em inícios de 2000, mas mais parece que já está abandonado há muito mais tempo. 
Segundo o taxista, o proprietário foi acusado de pedofilia e o complexo ficou nas mãos do governo. Depois uma outra pessoa comprou este complexo ao governo, mas acabou por deixar ao abandono também.
 

A casa de banho de o quarto do proprietário, completamente em ruínas. 
 
  
É uma pena saber que este complexo turístico foi mesmo mal aproveitado, porque a paisagem é de cortar a respiração. Para além de que a praia fica mesmo em frente!


Onde outrora eram casinhas, agora estão metade de casinhas com as janelas e as beirinhas das portas!

Esta é a paisagem vista do abandonado complexo turístico! 
 

Ao percorrermos o areal, encontramos uma Caravela Portuguesa na areia!! É um organismo semelhante a uma medusa e pode causar queimaduras de terceiro grau! Quando este organismo toca num banhista pode provocar dores intensas, lesões na pele e, em casos mais graves, problemas cardiorrespiratórios. E sim, eu ia tocar, porque pensava que estava morta! Foi a primeira vez que vi uma coisa destas!!
 

 E havia estes mini-caranguejos que eram tão leves que voavam com o vento. 


Continuamos a nossa roadtrip e fomos à Calheta, a aldeia onde o taxista mora. 


 A menina loirinha de cor-de-rosa é a filha do taxista, que estava a chorar porque queria vir connosco no táxi.


Fomos à praia da Baxona, que faz parte da Calheta. Tenho de fazer referência às cores pitorescas das casas que passamos. Lindo!
Esta praia tem também lindas águas azuis e um areal branco! 


De seguida fomos à praia da Ribona, também na Calheta.
O areal desta praia é um bocado diferente. São búzios! Búzios partidos, restos de búzios, búzios inteiros, búzios ainda com o bicho lá dentro...
Eu encontrei búzios (sem bicho) bastante bonitos e coloquei-os dentro de uma saca para depois vender a 500$ em Portugal. Estou a brincar, não vou vender. É um souvenir


Depois desta praia, fomos à Praia da Calhetinha, como podem reparar também fica na Calheta. O que dizer das praias? Têm todas águas transparentes!



A próxima praia é a das Dunas. Deve ter um nome qualquer, mas eu não percebi o que o taxista disse e então apelidei-a eu de Dunas! 
Ao irmos para lá passamos por fornos onde eles fazem carvão!
 

Senti-me num deserto, senti-me mesmo! Era tanta duna à minha volta que eu, se estivesse ali sozinha, perdia-me! Para chegarmos mesmo à praia foi um 31...as plantas picavam os pés, estava um calor abrasador e nunca maaaais chegávamos à praia! 
Eu nem sei como é que as cabritas conseguiam pôr as patinhas na areia. A areia fervia que era um abuso! E o taxista disse que não! Disse que se andava bem com os pés descalços na areia. A verdade é que eu, se andasse sem os chinelos, já podia ser daquelas pessoas que andam sob o carvão! Era a mesma coisa! O taxista disse que no Verão é pior (não quero sequer imaginar como é pior)!
Coitadinhas das cabritas...
   

Entre as dunas, há poços de água doce, para darem de beber às cabritas (nem tudo é mau!)


E finaaaalmente chegamos à praia!! Esta praia era a mais diferente de todas. Tinha bastante sargaço. Mas igualmente bonita! 
 


Paramos nesta praia para comer alguma coisa e para descansar! (e para voltar outra vez para trás. Tive de ganhar fôlego e ânimo porque os meus pezinhos reclamavam de cada vez que pensava em voltar para trás). Sentamo-nos nestas rochas à sombra.
 

Depois das Dunas, fomos à Baía Santana. Um exteeeenso areal! Uma praia enorme, tão bonita e com uma água lindíssima!
 
  
A próxima praia que visitamos foi a Praia Gonçalo.


Depois visitamos a Praia da Ribeira de S. João, uma praia mais portuguesa, na minha opinião. 


 A última praia que visitamos foi a Praia da Ponta Preta. Valeu a pena ser a última! Tão linda, tão deserta, tão misteriosa!
A areia ficava num tom dourado quando o sol batia nela, consegui captar bem esse momento. Consegue-se ver o tom dourado na areia! 
 
  
Terminou esta roadtrip que nos fez ficar encantadas pela Ilha do Maio. Conseguimos dar a volta à ilha e visitar algumas das praias mais bonitas de Cabo Verde! 

Jantamos e ficamos no bar da Praia novamente. A Sofia sabe dar uns toques na guitarra e pediu a um senhor para tocar um bocado. Nisto estávamos rodeadas por uns rapazes que cantaram e tocaram durante horas a fio! Sabiam músicas portuguesas melhor do que nós! 
Fiquei maravilhada com a simpatia e com o talento!
 

 Quando estávamos já a morrer de cansaço, decidimos ir para a residência descansar.